A ação da União Europeia, com o pretexto da
crise financeira, sobre os países mais pobres do Continente
Europeu, torna-se cada vez mais explícita como consequência das decisões tomadas pelo Grupo
Bilderberg, criado em 1954 por um grupo sionista sediado nos Estados Unidos e
políticos da direita européia, que corrigiram o plano de Hitler para dominar o mundo
sem recorrer às chacinas e selvajerias do
que se chamou "holocausto".
Com habilidade diplomática os pretensos "donos do mundo" deram início aos encontros anuais com a participação das monarquias europeias e políticos que aceitavam altos cargos nos seus países, inclusive de Presidentes ou Primeiros Ministros, para
desenvolverem uma política social-democrática, oposta ao espírito de luta revolucionária dos comunista, que cativasse as populações com promessas de elevação
do nível de vida gradual em um
sistema capitalista "humanizado". Trabalharam arduamente para
destruir a União Soviética que sempre fora considerada a força inimiga durante a Grande Guerra, mas que foi decisiva na
vitória contra o fascismo de
Hitler impondo a sua presença na divisão da Alemanha vencida e no convívio internacional como potência
que era.
A guerra fria contra o
importante bloco socialista com quem se viram aliados para vencer a Guerra,
durante mais de 40 anos minou o sistema socialista que precisou investir em
armamentos e na competição com o poder imperialista, os
recursos que deveria aplicar no fortalecimento do Estado Social para promover o
desenvolvimento das forças produtivas e sociais para
libertar os povos do atraso em que viviam subordinados às elites exploradoras.
Em meados da década de 1980 atingiram a meta provocando a implosão da União Soviética e a destruição de todo o sistema socialista
na Europa. Como símbolo, os vencedores
derrubaram o Muro de Berlim e uniram os primeiros 12 países da Europa na Comunidade Europeia com fortes laços de endividamento para cumprir um programa de modernização dentro do modelo capitalista neo-liberal do Estado Mínimo.
Investiram fortemente na
construção de estradas e nos recursos
de comunicação, aperfeiçoaram um sistema de legislação
que permite abrir as fronteiras e criaram a moeda única através do qual é unificado o poder financeiro europeu. Destruíram o caminho democrático aberto com o 25 de Abril
de 1974 em Portugal que derrubara a ditadura de Salazar e o sistema colonial
libertando vários países africanos. Criaram as condições para a grande crise que foi gerada pelo sistema
capitalista que, em busca de um domínio centralizado do mundo,
caminha pelos escombros deixados pelas guerras, acaba com o Estado Social, e
esmaga as populações trabalhadoras para que
sejam escravizados os que sobreviverem à fome, às doenças, ao desespero, à redução da população mundial que a elite pretende.
A resposta popular em Portugal
A organização de trabalhadores em Portugal, na luta iniciada pela CGTP
com o apoio do PCP, contra a subordinação do Governo às imposições da União Europeia e do FMI, passou a receber a participação do Bloco de Esquerda com o movimento "A Troika que
se lixe" que congrega artistas e técnicos de comunicação social capazes de atrair numeroso público de classe média de várias tendências políticas. Das forças partidárias de centro-direita o PSD que está no Governo, começa a perder alguns dos seus
antigos políticos que preferem manter-se
do lado popular no protesto contra a austeridade que traz a fome e a quebra da
produção. O PS fica em cima do muro,
enquanto a sua base segue as organizações de massa lideradas pela
esquerda. A ação da UE junto com o FMI vai
cortando os Orçamentos Nacionais enquanto
abastece os bancos e beneficia as multinacionais, destruindo a economia
existente, levando pequenos e médios empresários à falência ( na região norte de Portugal já existe um " cemitério"
das empresas falidas), destruindo o sistema nacional de saúde, cortando os salários da função pública, as pensões e aposentadorias.
São promovidas manifestações grandiosas em todo o país, inclusive um marcha durante uma semana vinda do Norte e
do Sul para Lisboa e greves nacionais. Cada grande setor específico - Polícias, Bombeiros, Saúde Pública, Bolseiros do Ensino
Internacional, Militares, Deficientes, Mulheres, estudantes, trabalhadores da
Caixa Geral de Depósitos e da TAP- tem feito
manifestações em diferentes dias com a
apresentação das suas reivindicações específicas além de participarem dos protestos nacionais junto aos demais
trabalhadores.
Para o
dia 14 de Novembro foram programadas greves nacionais e manifestações em 15 países da Europa de rejeição ao Orçamento Europeu da austeridade
que reduz o Estado Social - Portugal, Espanha, França, Bélgica, Grécia, Itália, Suíça, Áustria, República Checa, Roménia, Croácia, Holanda, Alemanha, Inglaterra,
Em
Portugal a CGTP realizou 39 manifestações em vários municipios do país dentro da programação da Greve Nacional. A UGT não
aderiu à greve por ter feito um acordo
com o Governo, mas vários dos seus sindicatos
aderiram.
A adesão de 29 países europeus, incluindo a
Turquia e antigos países do leste que agora fazem
parte da União Europeia, tornou a greve do
dia 14 a maior da Europa e de um valor importante para a unidade entre os
movimentos sindicais do Continente Europeu.
Apesar da
presença de elementos mais exaltados,
ou provocadores infiltrados para provocar incidentes com a polícia, ficou clara a posição
da CGTP em Portugal que os seus seguidores insistem nesta fase de diálogo para impedir que o Governo ceda às pressões da Troika e da UE
representada por Angela Merkel para que a austeridade caia sobre os
trabalhadores que são as maiores vítimas da crise financeira de um sistema falido em todo o
mundo.
Setores
de um camada de classe média empresária e de altos executivos demonstram a sua solidariedade
com os mais pobres. Por um lado são movidos pelo repúdio à miséria que já se traduz em fome já constatada nas escolas (10 mil crianças deverão receber alimentação escolar para não sucumbirem) e do crescimento
do número de pedintes nas ruas das
grandes cidades, por outro a produção nacional despencou causando
inúmeras falências e desemprego que pesam em toda a economia e arrasta o
PIB para números negativos. São vistos antigos políticos do PSD, partido do
primeiro ministro atual, incentivando a organização
do Banco de Alimentos e da Caritas para, com o apoio de restaurantes, evitar
que a fome sacrifique a nova classe média baixa.
De facto
este setor de ascensão recente não sabe mais viver na pobreza de onde saiu pelas "mágicas" da própria União Européia na sua fase publicitária contra as conquistas da Revolução dos Cravos, e está totalmente preso às dívidas para sustentar o novo (
e falso) status social. Os mais pobres recorrem agora ao trabalho informal e à inadimplência e desenvolvem a consciência de cidadania participando nas manifestações sindicais e dos partidos de esquerda, mas quem ficou com
a ambição de decolar com o milagre da
UE vê- se perdido e traído.
Uma
declaração do banqueiro Ricardo Salgado
sobre a Troika, refere o seu espanto diante da "incapacidade dos seus
representantes se entenderem" na apresentação
das orientações ao Governo de Portugal.
Generaliza-se a oposição à política imperialista traçada pela União Europeia e o FMI.
Zillah Branco
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