sábado, 31 de dezembro de 2011

Um Bom Ano para todos os que lutam



As pessoas quando transmitem os seus votos para o próximo ano projetam o que desejam para elas próprias naquele momento. É justo e fraterno, mas deixa de assinalar  o que especificamente falta ao outro. Com a experiência da velhice não vou referir sonhos de grandeza e felicidade para o futuro, que hoje soam como lantejoulas e euforia que disfarçam a realidade e deixam a elite dominante como o modelo a ser seguido. Também não indico caminhos para superar as dificuldades porque cada um – com o seu DNA e a sua cultura - tem o direito de seguir o caminho próprio. Desejo a todos os que lutam, apenas o que me parece fundamental: Tenham saúde, força e tranquilidade para manter a dignidade e a solidariedade com todos, e prosseguir no caminho da luta pelo desenvolvimento humano.

O Brasil atingiu uma condição melhor para oferecer condições de vida normal a todos os seus filhos, desde que o Governo adotou uma orientação política progressista que os movimentos populares e organizações de esquerda exigiam. A tradução está no 6º lugar alcançado na lista dos países financeiramente desenvolvidos. Mas, como todos sabem, essas condições estão pessimamente distribuídas pela população, e milhares ainda buscam o seu sustento nos lixões cheios de restos deixados pela elite e seus parceiros. Será necessário unir os que lutam pela subsistência e pelo desenvolvimento.

Aos poucos o povo vai tomando consciência de que a democracia depende da sua participação organizada e muitos intelectuais e mesmo assessores do poder político e de empresários, procuram lançar novos projetos para abrir portas à participação popular. É um grande avanço, e será maior se a consciência do cidadão se mantiver na liderança sem submissão aos modelos que são propagandeados com intenções privadas. Quem não desenvolve a consciência de cidadania não luta, portanto não vence.

De acordo com a Constituição Nacional: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. (Art.2) – São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. A participação dos cidadãos não se encerra, portanto, na eleição de um Presidente que dirige o poder Executivo. Terá de acompanhar o desempenho dos três Poderes para garantir que agem de forma coerente e harmônica no desenvolvimento da vida nacional. A luta dos cidadãos é permanente para impedir que desapareçam a harmonia e a coerência entre as decisões tomadas pelos três Poderes. Através da prestação dos serviços públicos, mais eficaz e com o devido respeito por cada cidadão, sem discriminação e eficiente que os princípios constitucionais democráticos são manifestados. E a coerência com a democracia, no Brasil, ainda falta em muitos casos, exigindo pressão popular para que cada serviço de atendimento social funcione na medida das necessidades reais.

Com a vigência de uma elite ocupando altos postos políticos ou económicos, a realidade vivida pela grande massa popular é mal percebida pelos que tomam decisões nacionais nos Poderes da União. São decisões colegiais aprovadas por uma maioria ainda herdeira da antiga cultura elitista. As pressões levadas por organizações populares apoiam as poucas vozes favoráveis aos interesses das camadas menos favorecidas aumentando a força de convencimento dos que as defendem nos Poderes.

Os caminhos para a participação popular junto aos Poderes Constitucionais no Brasil estão abertos e esta é a esperança que o Novo Ano oferece aos cidadãos conscientes dispostos à enfrentarem a luta. Feliz Ano Novo!