sábado, 8 de outubro de 2011

O ensino e a participação popular no Brasil


Uma escola pública da zona da mata em Pernambuco alcança o primeiro lugar entre as melhores do país. A Escola Estadual Tomé Francisco, de Lagoa da Cruz, obteve a média 6,5 na prova que classificou, entre escolas públicas e particulares onde os países desenvolvidos ficaram com média 6,0. 

O diretor Ivan José Nunes da Silva explicou o “milagre”, como foi denominado aquele êxito entre as demais escolas brasileiras que discutem como sair do atoleiro herdado, da maneira mais natural e científica: “reunimos todos os professores, estudamos os problemas existentes e criamos um método de acompanhamento dos alunos e dos professores que vimos seguindo com a ajuda de uma assistente social que mantém o diálogo permanente com os alunos e pais”.

Não voaram mais alto que a realidade daquele pedaço de território cheio de problemas económicos, sociais e políticos, mas ali sabem mais que qualquer luminar da ciência. Realizaram simplesmente o papel cidadão de cada participante – diretor, professores, técnicos em educação, alunos e pais – assumindo a tarefa do Estado a que pertencem. É a única maneira de informar a estrutura do Ministério da Educação que deverá organizar, a partir do conhecimento objetivo da realidade em todo o território brasileiro, sobre as necessidades de uma estratégia política educacional. Assim permitem que os teóricos da pedagogia amarrem os seus conhecimentos no chão brasileiro e conjuguem os conceitos de educação e ensino.

A partir de uma experiência concreta que obteve o maior êxito ao vencer cidadãmente todos os problemas locais de educação social e ensino escolar no exame nacional e, ainda formar um dos alunos para vencer todos os concursos de matemática organizados no país, os vastos conhecimentos de pedagogia poderão servir aos interesses brasileiros formando, ao mesmo tempo, alunos e professores formados nas escolas das diferentes realidades brasileiras com uma meta comum que é a participação popular no desenvolvimento nacional.

A receita parece fácil, não fossem os boicotes exercidos por intermediários entre os casos concretos e os que traçam a estratégia do ensino nacional e distribuem os recursos. Enciumados e inseguros da sua própria capacidade profissional, não faltam opositores ao êxito democrático dos cidadãos que não querem pertencer à elite mas sim fazer funcionar o Estado brasileiro. Cabe aos responsáveis do ME olhar de perto a realidade e separar o joio do trigo que fica no caminho.

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